segunda-feira, 16 de março de 2020

Fim da Temporada de Inverno 2019-2020 - Início do degelo

Fomos visitar o Berge aux Quatre-Vents, para observar como estava andando do degelo do Rivière-des-Mille-Îles. A entrada do Berge aux Quatre Vents fora bloqueada, pela prefeitura de Laval, com blocos de concreto. Já haviam muitos locais com gelo fino, em diferentes pontos da margem. Também haviam sinais de água em vários pontos na margem.

Duas pessoas estavam pescando juntas. Mas os sinais de degradação do gelo já eram bem evidentes, dificultando a locomoção.

No dia 05/03/20 já havíamos observado dois homens tentando desatolar uma caminhonete que retirava por meio do reboque, uma cabana de pesca no gelo.

Vídeo - Fim da temporada de pesca no gelo.

Os últimos pescadores.

Sinais de degradação do gelo. 

Uma fileira recente de buracos de pesca no gelo. 

Blocos de concreto impedindo a entrada de veículos.

Sinais de gelo fino e água em diferentes pontos da margem:


   

segunda-feira, 9 de março de 2020

Um Walleye Muito Especial

O dia estava encoberto de nuvens, com brisa forte, acima dos 20 Km/h e rajadas de vento fortes, acima dos 40 Km/h. Procurava ficar de costas para o vento, tentando me proteger e aliviar a sensação térmica. Comecei como nos dias anteriores, abrindo um buraco no gelo, com o trado manual e jigando, pacientemente. Mas sentindo a pressão do fim da temporada do gelo resolvi mudar de tática. Até então havia pescado três lindas, mas pequenas percas amarelas e queria pegar no gelo, pelo menos, um peixe maior, como um lúcio.

Em vez de ficar parado em um buraco esperando passei a mudar de local, após alguns minutos em cada buraco, sem atividade. Além disso, em vez de gastar tempo e energia abrindo novos buracos com o trado de gelo manual passei a procurar e reabrir buracos deixados por outros pescadores, nos dias anteriores, e que, ainda não haviam congelado, totalmente, de novo. Para reabrir os buracos usei um simples cabo de vassoura, que encontrei sobre o rio congelado dias antes. Quando encontro lixo assim costumo recolher para jogar em local adequado. Desta vez, o que era lixo passou a fazer parte da minha tralha de pesca, puxada no sled, e foi bem útil.

Era agora ou nunca, pois a condição do gelo estava se deteriorando com o aumento da temperatura, nos dias anteriores. Resolvi arriscar um pouco e ir mais para o meio do canal. Até esse dia, por cautela estava evitando ir em direção ao meio do canal. De repente, em um dos buracos senti um forte e rápido puxão para baixo na vara. Infelizmente não fisgou, mas deduzi que o peixe poderia não ter ido embora ou que poderia haver, pelo menos, outro junto, então resolvi insistir e lancei a isca de novo no mesmo buraco, jigando com uma das mãos já na manivela do molinete, de prontidão para fisgar e recolher a linha ao menor movimento na vara.

De repente senti outro puxão rápido e forte, para baixo, na vara. Imediatamente levantei a ponta da vara, para garantir a fisgada, pois retiro a fisga dos anzóis, para evitar machucar os peixes à toa. Levantei a vara, sem exageros, apenas, o suficiente para garantir a fisgada e evitar machucar a mandíbula do peixe e atrapalhar a sua alimentação no futuro. Pesca sem esses mínimos cuidados não é pesca esportiva.

Vídeo - Um walleye muito especial.

O momento da fisgada.

Foi lindo vê-lo jogando água para todos os lados, durante a luta, enquanto aparecia para fora do buraco no gelo. Mas na primavera acho que este belo walleye brigaria um pouco mais, pois o metabolismo está mais baixo no inverno.

Fez um espetáculo enquanto saia do buraco no gelo.

No primeiro momento, erroneamente identifiquei como outra perca amarela. Talvez pelo cansaço acumulado por conta do desgaste de dias andando no gelo e fazendo furos com o trado manual.

Ainda tentando acreditar no que estava vendo.

Parecia bem saudável, em relação às restrições do período do inverno sob o gelo. Sem marcas de predadores e parasitas aparentes. Mesmo com a luva de pesca no gelo pude sentir toda a força dos seus músculos em minhas mãos, enquanto eriçava e exibia a bela barbatana dorsal espinhosa.

 Senti a força dos seus músculos.

 Eriçando a barbatana dorsal.

Gostaria de poder ficar mais tempo admirando, mas precisava devolvê-lo, em tempo, para a água. Assim, foi devida e cuidadosamente devolvido, pelo buraco no gelo, após o prazer e as recordações que proporcionou. Vai ter a oportunidade de se reproduzir e alegrar outros pescadores. Pesca esportiva, de verdade é assim.


Foi um alivio pescar no gelo aquelas três percas amarelas, nos dois dias anteriores, mas precisava pegar, pelo menos, um peixe maior no gelo, como este belo walleye. Valeu a pena mudar de tática e a arriscar indo um pouco mais para o meio do canal. Bem no final da temporada fui presenteado com um belo walleye.

domingo, 8 de março de 2020

Mais Delas na Pesca no Gelo no Dia Internacional das Mulheres

Mais da nossa aventura no gelo, no Dia Internacional das Mulheres.

Vídeo - Mais deste nosso dia especial.

Elas na Pesca no Gelo no Dia Internacional das Mulheres

A Tatiana, minha esposa e a nossa filha quiseram se aventurar no rio congelado, no Dia Internacional da Mulher.

Fomos no mesmo ponto que peguei as duas percas amarelas no dia anterior. Chegamos um pouco tarde e o dia estava acabando de maneira prematura. Precisávamos preparar rápido os sistemas de pesca e os buracos no gelo, para aproveitar ao máximo.

Vídeo - Elas no Dia Internacional das Mulheres.

Enquanto terminava de preparar os buracos no gelo e armar o tip-up, elas foram brincar em um tobogã de gelo feito pela prefeitura de Laval, no Parque próximo da entrada da trilha que acessa o rio congelado.

Continuei sozinho. Reabri o buraco onde peguei uma das percas amarelas no dia anterior e comecei o jigging nele.

Fui presenteado com uma outra bela perca amarela. No mesmo buraco que pequei uma das percas amarelas no dia anterior. Acho que agora peguei o jeito de pescar no gelo.

Vídeo - Outra perca amarela, no mesmo buraco que peguei uma das percas amarelas, no dia anterior.

Tobogã de gelo, no Parque Berge aux Quatre-Vents.


Tobogã de gelo.

sábado, 7 de março de 2020

Meus Primeiros Peixes Pescados no Gelo

Depois de vários dias, tentando iscas e técnicas diferentes, finalmente, os meus primeiros peixes no gelo. Duas lindas percas amarelas.

A primeira foi pescada com a vara de pesca no gelo, da Rapala, com uma pequena isca artificial soft grub.

A segunda perca amarela foi fisgada no tip-up, da HT, com méné - peixinho - como isca. A bandeirinha sinalizador do tip-up levantou no mesmo momento que eu devolvia a primeira perca para a água, pelo buraco no gelo. Quase não acreditei. Fiquei muito feliz em ver o tip-up funcionando.

Vídeo - Meus primeiros peixes pescados no gelo.

Perca amarela, pescada com isca soft grub.

Isca soft grub.

Perca amarela, fisgada no tip-up, com méné como isca.


Fiquei exausto depois de uma tarde em cima de um rio congelado, com brisa forte. Os braços estavam cansados de fazer furos no gelo com o trado manual e de ficar fazendo o jigging. Além disso, havia o cansaço acumulado nas pernas, dos dias anteriores andando na neve, mas valeu muito a pena. Consegui meus dois primeiros peixes no gelo, duas belas percas amarelas.

Me senti muito feliz e aliviado, pois já estava com receio do período de pesca no gelo terminar sem eu conseguir pescar um peixe sequer.

Achei uma certa ironia, depois de dias tentando com diferentes iscas artificiais e naturais, conseguir as duas capturas, praticamente, ao mesmo tempo, com uma isca artificial e uma natural.

Outra curiosidade é que a isca artificial que funcionou foi uma pequena isca simples, que veio, gentilmente, de brinde junto com uma compra de um material de pesca que fiz, por meio de um grande site de compras presente no Brasil.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Minha Filha Aprendendo a Pescar no Gelo

Quando passei a conhecer melhor a área e a me sentir mais confiante levei junto minha filha, de oito anos, para aprender um pouco da tradição local, da pescando no gelo.

O dia escolhido não poderia ter sido melhor. Estava um dia bonito, inclusive com pássaros cantando. Além de nós, havia um senhor pescando e outro com o seu filho pequeno. 

Vídeo - Minha companheira de aventuras, aprendendo um pouco da pesca no gelo.

Ela aprendendo a utilizar um trado e a fazer um buraco no gelo.

Ela finalizando a preparação do buraco, removendo o gelo moído da água.

Ela pescando no buraco que fizemos juntos no gelo.

Acho que é uma experiência juntos que vamos sempre recordar.

domingo, 1 de março de 2020

Os Ménés do Paradis du Pêcheur

Fazia brisa fraca, com algumas rajadas de vento um pouco mais fortes. Estava um pouco difícil de se locomover, por conta do acúmulo de neve, dos últimos dias. No dia seguinte fiquei com as pernas cansadas.

Neste dia comecei a utilizar uma outra isca. Dias antes comecei a desconfiar que os peixes que comprei no supermercado não eram adequados ou atrativos, pelos menos não para o período do ano. Já havia lido que no inverno, os peixes locais preferem iscas pequenas, pois ficam com o metabolismo lento. Além disso, se alimentaram bem nos meses anteriores, para enfrentarem os rigores do inverno. 

Na tentativa de conhecer melhor os truques dos pescadores locais passei por alguns buracos de pesca no gelo abandonados e, em alguns notei pequenos peixes que haviam sido deixados para trás. Desconfiei que poderiam ser as iscas locais preferidas.

Assim, descobri que a isca mais popular, entre os pescadores locais é o chamado méné. Na tradução literal, em português, seria peixinho. Os peixes que comprei no supermercado, por menor que fossem, ainda era maiores que os ménés e não estavam funcionando mesmo cortados em pedaços.

Descobri, também, que os tais dos ménés são vendidos em uma simpática loja conhecida como, Le Paradis du Pêcheur, em Saint-Eustache, próximo a Laval. 

Méné.

Havia um acúmulo de neve em decorrência das precipitações dos dias anteriores. Precisei limpar uma área com a pá, para facilitar fazer os buracos no gelo.

Gelo exposto, na área limpa.

Buraco de pesca no gelo, feito com trado manual, de 8 polegadas.

No Canadá a pesca no gelo é mais conhecida como, pêche blanche, mas, também pode ser chamada pêche sur glace. Em Laval, Quebec ela é praticada em locais, como o Berge aux Quatre-Vents.

Amigos e famílias instalam cabanas no rio congelado e passam tempo juntos. São rebocadas por utilitários ou snowmobile. Mas, muitos preferem ser mais independentes e pescam ao ar livre, sem cabanas ou barracas. 

Vídeo - Vista geral da pesca no gelo, no Berge aux Quatre-Vents.

Cabana de pesca no gelo.

Amigos e familiares desfrutando da pesca no gelo.

Barraca de pesca no gelo.

Alguns país levam crianças, para aprender a tradição da pesca no gelo.

Pescadores ao ar livre, no gelo.

A pesca no gelo, em Laval é, praticamente, uma pesca urbana, pois as margens do Rivière-des-Mille-Îles são cercadas por bairros. Além da pesca no gelo, as pessoas aproveitam para esquiar, patinar, caminhar, passear com os cães e, até mesmo praticar snowkite.

Habitação na orla do Rivière-des-Mille-Îles, no Berge aux Quatre-Vents.

Vista geral do Rivière-des-Mille-Îles, a partir do Berge aux Quatre-Vents.

A espessura do gelo é monitorada por funcionários da prefeitura, três vezes, por semana.

Um dos pontos de monitoramento da espessura do gelo.

Este brasileiro pescando no gelo.